Jorge Miguel da Silva Guedes 12ºA2 nº13
O modelo explicativo de Piaget defende que o sujeito constrói os seus conhecimentos pelas suas próprias ações.
A inteligência é produto de um processo de adaptação, no qual interagem as estruturas mentais e a influência do mundo exterior.
Piaget defende uma posição interaccionista: o sujeito é um elemento ativo no processo de conhecer, é um elemento decisivo nas mudanças que ocorrem nas estruturas do conhecimento/inteligência. Assim, o conhecimento depende da interacção entre as estruturas inatas do sujeito e os dados provenientes do meio.
Este processo interactivo desenvolve-se por etapas, estádios de desenvolvimento – a concepção construtivista e interaccionista, que perspectiva o ser humano como resultado de factores genéticos e ambientais, superou as perspectivas inatistas e comportamentalistas vigentes.
A cognição é um processo permanente, de avanços e recuos, entre a pessoa e o meio, é o mecanismo regulador que liga pessoas ao meio.
O processo cognitivo é ativo e não passivo. A pessoa afeta o meio e o meio a pessoa, simultaneamente.
A inteligência, segundo a sua teoria, constrói-se progressivamente ao longo do tempo, por estádios. A cada estádio corresponde estruturas mentais organizadas que envolvem deferentes mecanismos.
Partindo dos reflexos simples do bebé, herdados geneticamente, a criança vai construindo progressivamente estruturas mentais até atingir o pensamento formal.
Esquema – açoes fundamentais do conhecimento, que podem ser físicas (visão) e mentais (classificação). As experiências novas são assimiladas num esquema e este é criado ou modificado por acomodação.
Acomodação – modificação dos comportamentos que permitem o equilíbrio das relações entre organismo e o meio. O processo de adaptação decorre da assimilação.
Assimilação – interacção dos novos dados nos conhecimentos/estruturas anteriores.
Acomodação – uma operação mental, da qual acomoda os seus sistemas mentais.
As estruturas mentais/esquemas, tornam-se mais complexas graças ao efeito combinado da assimilação e da acomodação. Não há acomodação sem assimilação, são necessárias novas estruturas de acomodação para que continuem a processar-se novas assimilações.
A inteligência constrói-se pela equilibração entre esses dois processos, provocando uma auto estruturação do sujeito.
Do nascimento até mais ou menos dois anos
Inteligência fundamentalmente sensorial e motora.
Inteligência prática em que não há linguagem nem a capacidade de representar mentalmente os objectos.
Através dos esquemas sensoriomotores processa-se a adaptação ao meio.
Permanência do objecto – a criança procura um objecto escondido porque tem a noção de que o objecto continua a existir mesmo quando não o vê.
A criança constrói as estruturas cognitivas imprescindíveis ao desenvolvimento de estruturas lógicas que aparecerão mais tarde.
Dos dois aos seis/sete anos.
Emergência da função simbólica – capacidade de representar mentalmente objectos ou acontecimentos que não ocorreram no presente, através de símbolos (palavras, objectos, gestos). Manifesta-se também através da linguagem, assim como a imagem mental (representação de objectos ou acções não presentes no campo perceptivo).
No jogo simbólico (faz-de-conta) a criança imita, representa um conjunto de comportamentos/acções.
Os objectos passam a representar o que a criança deseja.
A criança já pensa mas ainda não é capaz de fazer operações mentais (acção interiorizada reversível).
Pensamento intuitivo baseado na percepção dos dados sensoriais.[copo alto tem mais do que o baixo - quantidade igual)
Egocentrismo – a concentração impede a criança de compreender que, sobre a realidade, há outras perspectivas para além da sua. Domina uma visão unilateral e superficial do real. A realidade, encarada por um pensamento mágico, é o que a criança sonha e imagina no jogo simbólico.
Dos seis/sete anos aos onze/doze anos.
Começam a ultrapassar o egocentrismo.
O pensamento é lógico, desenvolvendo conceitos e sendo capazes de realizar operações mentais.
Contudo, só e capaz de operar (resolver problemas) concretamente, se estiver na presença dos objectos/situações.
A capacidade de operar assegura que já há reversibilidade. Desenvolve, assim, a noção de conservação da matéria sólida e líquida, e, mais tarde, do peso e do volume. Desenvolve os conceitos de espaço, tempo, número e lógica.
Compreende a relação parte-todo e já é capaz de fazer classificações e seriações.
Dos onze/doze anos aos dezasseis anos.
Pensamento abstracto, lógico e formal – já resolve problemas e opera sem o suporte concreto (realiza operações formais).
Raciocínio hipotético-dedutivo – coloca mentalmente as hipóteses, deduzindo as consequências.
Pensa abstractamente, formula e verifica hipóteses. Esta capacidade abre caminho à reflexão filosófica e científica.
Compreende que, para além da sua perspectiva sobre um dado problema ou situação, os outros podem ter posições diferentes.
Egocentrismo intelectual – o adolescente considera que através do seu pensamento pode resolver todos os problemas e que as suas ideias e convicções são as melhores.